Lembre – se a limitação está em sua mente, por isso seja como a criança para a qual o simples gesto de erguer um dedo irá tocar a mais distante estrela.
O que é a Hetero-Hipnose.
É impor uma idéia livremente aceita pelo paciente. O livre consentimento do indivíduo é indispensável. Assim conclui-se que : qualquer hipnose é uma auto-sugestão.
“A auto-hipnose é um estado altamente sugestionável no qual o indivíduo pode dirigir sugestões a si próprio. É uma poderosa ferramenta em qualquer processo terapêutico, e pacientes altamente motivados podem obter sucesso equivalente ao da hétero hipnose por seus próprios esforços.”
Melvin Powers
Diferenças.
Sono
Os olhos ficam fechados.
O corpo relaxa.
Não se presta atenção ao ambiente ao redor.
Não se ouvem pessoas falando ao redor.
Normalmente a pessoa se move enquanto adormecida
Não se manifesta a capacidade de se concentrar.
O eletroencefalograma demonstra que ao dormir há pouca atividade alpha
Hipnose
Os olhos podem estar fechados ou abertos.
Normalmente o corpo fica relaxado, mas pode ser instruído para se tornar tenso.
Mesmo que a mente consciente preste atenção ao ambiente ao redor, o inconsciente aceita as sugestões que lhe são dadas.
O paciente ouve o hipnoterapeuta e aceita suas sugestões.
Em geral a pessoa permanece imóvel, pois requer muito esforço para se mover.
Extremamente alta capacidade de concentração.
O eletroencefalograma demonstra que, em hipnose há grande atividade alpha o que é indicativo de alerta.
Durante o sono você se torna inconsciente, enquanto durante a hipnose, você está alerta e interessado na aventura mental que você está tendo.
Hipnoterapia.
O tratamento através da Hipnoterapia se foca na questão psíquica existente nas doenças. Com a Hipnose é possível descobrir as raízes emocionais de um determinado sintoma, podendo assim tratá-lo. A hipnoterapia pode ser aplicada a casos de: a regressão como forma de autoconhecimento, tabagismo, obesidade, estresse, ansiedade, insônia, fobias.
O estado de Transe é um estado que nós alcançamos diariamente, o transe é um estado de hiperatenção focada. Diariamente ao dirigirmos ou lermos um livro entramos nesse estado. Quando lemos um livro e paramos de perceber o nosso redor, inclusive não notando barulhos, este é um estado de transe. A atenção na leitura faz com que os estímulos auditivos sejam reduzidos para que tenhamos um maior aproveitamento da leitura.
A ciência já provou que ficamos cerca de 10 a 15 minutos por hora em estado de transe diariamente. Ao olharmos fixamente para um objeto e concentramos todo nosso pensamento em algo entramos em transe, ao assistir um filme muito bom onde ao acabar temos a sensação de que apenas se passou trinta minutos, também é um estado de transe. Os exemplos de estado de transe durante nosso cotidiano são infinitos. O fenômeno do estado de transe é algo extremamente comum no qual alcançamos diariamente sem saber como. A função do Hipnoterapeuta é conduzir a pessoa até este estado de transe e mantê-la desta forma pelo tempo da sessão.
A sensação de estar em transe é de completo relaxamento físico e mental, algumas pessoas traduzem como um estado de "preguiça mental", outras pessoas associam ao estado de estar entre o sono e a vigília. Independente de qual seja a sensação vivenciada todos relatam que é extremamente relaxante, confortável e revigorante.
Perguntas Sobre a Hipnose.
Criaram-se muitos mitos sobre a Hipnose os quais são irreais, irei esclarecer alguns deles aqui.
O que é hipnose?
Existem inúmeras e diferentes opiniões sobre o que é hipnose.
Para mim hipnose é um método capaz de direcionar a atenção e a
vontade de um indivíduo em busca de um determinado objetivo.
Mas a hipnose não é só isso, é também um estado de sugestionabilidade
altamente eficaz, capaz de produzir alterações nas sensações, nos níveis de
percepção e no comportamento.
Acima de tudo, toda hipnose é auto-hipnose - a função do
hipnoterapeuta consiste apenas em conduzir seus paciente ao fim desejado.
É possível ficar "preso" no transe e nunca mais acordar?
Não, existem apenas duas possibilidades: ou a pessoa dorme, ou ela acorda.
O Hipnoterapeuta domina a pessoa hipnotizada?
Não, a pessoa hipnotizada só irá realizar algo que não seja contra suas crenças e valores.
A pessoa hipnotizada irá ficar inconsciente?
Não, a pessoa hipnotizada estará consciente e em controle total o tempo todo.
Uma pessoa hipnotizada irá revelar segredos?
Somente se ela desejar o fazer quando não esteja hipnotizada.
Todas as pessoas são hipnotizáveis?
Todas as pessoas são passíveis de serem hipnotizadas, muitas vezes os fatores do dia a dia, como as brigas, o estress podem fazer com que o transe não seja muito profundo. O consentimento por parte da pessoa que irá ser hipnotizada é muito importante, sem ele a Hipnose não o afetará.
Todas as hipnoses são iguais?
Não, a hipnose pode ter diferentes induções e pode atingir diferentes
níveis de profundidade.
Existem também diferentes tipos de “famílias hipnóticas”; citando as
mais comuns: sensorial, fisiológica, psicoimaginária, psicoconflitiva, passe
magnético, monoideísmo, naturopática e polivalente.
O hipnoterapeuta possui algum tipo de poder?
Absolutamente nenhum, como já vimos toda hipnose é auto-hipnose;
o que significa que todo o poder está na mente do paciente e não no
hipnoterapeuta.
Quando estamos hipnotizados perdemos a consciência?
Não necessariamente; o estado hipnótico é diferente da vigília mas
também é diferente do sono, você pode estar profundamente hipnotizado e
mesmo assim estar plenamente consciente.
Que tipo de fenômeno pode ser alcançado através da hipnose?
Inúmeros fenômenos, em variedade tão extensa que é impossível
nominá-los a todos; para citar apenas alguns: amnésia; dissociação;
despersonalização; hiperminésia; kriptomnésia; regressão; analgesia;
hiperestesia; alucinações; parestesia; distorções na percepção do tempo;
escrita automática; modificações motrizes; etc...
Para que haja hipnose é imprescindível que haja relaxamento?
Não necessariamente, em várias ocasiões do dia-a-dia somos induzidos
ao estado hipnótico, sem que para isso seja necessário algum relaxamento.
Na hipnoterapia é comum que se use o relaxamento como veículo
indutor da hipnose, mas há técnicas de indução rápida, como as de Furst, de
Elman, de Gil Boyne e de Gerald Kein que prescindem do relaxamento.
Quando uma pessoa é hipnotizada há alguma modificação em suas ondas
cerebrais?
Sabe-se que quando a pessoa é hipnotizada há uma mudança de nível,
em que o cérebro passa do estado de vigília plena (nível beta) para o estado de
relaxamento (nível alpha).
No nosso dia-a-dia normal, ficamos hipnotizados?
A rigor não se poderia fazer tal afirmativa, mas o fato é que
vivenciamos a “abstração hipnótica” em algumas ocasiões em que estamos
dirigindo, ouvindo música, assistindo um filme, ouvindo aulas monótonas,
etc...
Isso sem falar em mensagens religiosas, publicitárias, discursos
políticos, etc...
Outras formas de indução hipnótica real, embora não rotuladas pelos
que os executam por falta de conhecimento sobre hipnose são os shows
musicais, principalmente os de Rock.
Para que pode ser utilizada a hipnose?
Para a modificação de hábitos; para tomadas de decisões que realmente
funcionem; para implementação de objetivos e metas; para modificações
fisiológicas, como cura de algias, doenças de pele, erupções, acne, vitiligo;
para controle de peso; para gagueira; para bruxismo; para abandonar o hábito
de fumar ou de beber; para o controle de asma e bronquite; auto-motivação;
enurese; modificações de comportamento; libertação de traumas e fobias;
problemas de sono; angústia e depressão; analgesia em caso de cirurgia,
extração de dentes ou tratamento de canal; melhoria de desempenho
profissional, estudantil ou esportivo; síndrome do pânico; impotência e
frigidez; induções de estados desejados; implante de recursos de excelência;
regressão; etc...
É praticamente infinita a possibilidade de aplicação da hipnose
principalmente no que se refere a manifestações indesejadas que estejam
relacionadas com a mente e com a vontade.
Quando hipnotizada uma pessoa é capaz de fazer coisas que normalmente
não faria?
A pessoa hipnotizada permanece em pleno controle de sua vontade e
jamais fará qualquer coisa que não faria em estado de lucidez, mas você deve
considerar as nuances possíveis; por exemplo:
Uma pessoa facilmente comerá uma cebola crua se acreditar que se
trata de uma maçã.
Isso prova que podemos induzir uma pessoa a fazer coisas que
normalmente ela não faria?
Até certo ponto sim; desde que você considere que, apesar de
hipnotizada o lado não consciente dessa pessoa está ciente que comer uma
cebola não lhe fará mal.
Essa atitude de fazer uma pessoa comer uma cebola é típica é típica
de hipnotizadores de palco, faz parte do mis an céne do mundo dos
espetáculos, você não precisa recear esse tipo de atitude dentro do consultório
de um hipnoterapeuta credenciado.
Por outro lado fica a questão da vontade do paciente; suponhamos que
se tente hipnotizar alguém para forçá-lo a cometer um crime.
Se a moral dessa pessoa não o permitir, essa pessoa jamais aceitará
cometer qualquer ato incorreto, mesmo estando sob hipnose profunda.
E se essa pessoa não tiver esse tipo de moral?
Teoricamente uma pessoa capaz de realizar atos incorretos em estado
de vigília, será capaz de fazê-lo também sob hipnose.
Não conheço nenhum caso citado na literatura especializada (e tenho
uma biblioteca vastíssima sobre o assunto, como você pode avaliar
consultando a bibliografia deste volume).
Resta ainda a perspectiva da cebola e da maçã; se é possível induzir
uma pessoa ao engano, a ponto dela ser capaz de acreditar que uma cebola
seja uma maçã, teoricamente é possível induzi-la a supor que um
determinado ato incorreto seja aceitável.
Por exemplo, uma pessoa jamais ficaria nua na presença de um
estranho, mas suponha que um hipnotizador (um hipnoterapeuta tem
compromissos éticos que o impediriam) a submeta a uma hipnose profunda e
lhe sugira que ela está sozinha em casa e se preparando para tomar um
banho...
É por essas e por outras que você deve procurar o auxílio apenas de
hipnoterapeutas credenciados que gozem de uma reputação de integridade.
O que sentimos, quando somos hipnotizados?
A hipnose é um estado mental natural, nada há de extraordinário nela,
você se sentirá como se sente normalmente, perfeitamente consciente e
ouvindo as sugestões que lhe serão dadas pelo seu hipnoterapeuta;
enventualmente sentir-se-á profundamente relaxado, dependendo da técnica
que estiver sendo utilizada.
Conforme a técnica utilizada, você poderá sentir sensações de leveza
(levitação das mãos) ou de peso, mas, mesmo assim, de uma maneira que não
difere muito das sensações usuais quando você está profundamente relaxado,
ouvindo música, assistindo um filme ou lendo um livro.
A hipnose é tão sutil que freqüentemente as pessoas retornam da
experiência de serem hipnotizados, crendo que não o foram.
Não há necessidade de indução a estados profundos de transe para a
maior parte dos objetivos atingíveis através da hipnose.
A hipnose é, acima de tudo, um estado de concentração em que certas
habilidades mentais, como a memória (capacidade não só de lembrar, como a
de vivenciar outras vezes experiências do passado), a imaginação, a
predisposição a comportamentos e tarefas e o incremento da capacidade
criativa, se fazem mais marcantes.
É possível se utilizar a hipnose para controlar hábitos compulsivos de
forma a que se consiga parar de fumar ou perder peso?
Sim, eu mesmo tenho alcançado resultados supreendentes nessa área.
Mas é preciso que se diga que a modificação de hábitos compulsivos
exige que o paciente queira se libertar desses hábitos e esse querer nada tem
a ver com o “discurso da boca pra fora”.
Certa feita tive uma secretária que dizia que queria parar de fumar e foi
a um acupunturista que vinha tendo sucesso extraordinário nessa área,
aplicando pontos na orelha do paciente.
Contou-me que, logo após ter recebido o ponto na orelha, saíra do
consultório do médico e acendera um cigarro – ao dizer isso seus olhos
brilharam e era evidente o orgulho que sentia por ter vencido o ponto!
Ora, convenhamos, isso é burrice!
Na realidade ela não queria parar de fumar (embora seu “discurso da
boca pra fora” assim o afirmasse); o que ela queria era provar que o ponto na
orelha não funcionaria para ela.
O mesmo ocorre com a hipnose, a par de dezenas de clientes que vêm
ao hipnoterapeuta e se curam completamente do hábito de fumar ou
emagrecem de uma vez para sempre, há outras dezenas que recebem o mesmo
tratamento e não modificam seu comportamento.
O que é preciso compreender aqui é que a pessoa precisa querer
mudar o seu comportamento e pagar o preço necessário para isso
aconteça e não ficar esperando que qualquer tipo de recurso terapêutico (seja
hipnose, seja acupuntura, sejam adesivos químicos) vá fazer esse trabalho por
elas.
Não existem milagres, existem sim, técnicas sofisticadas, aperfeiçoadas
ao longo de inúmeros anos de experimentação que estão ao seu dispor para
facilitar lidar com suas inadequações em superar hábitos que você mesmo
implantou em si mesmo.
A hipnose pode ajudar você a parar de fumar, a parar de roer as unhas, a
controlar impulsos sexuais obsessivos e a emagrecer, desde que você queira
realmente.
Você pode utilizar a hipnose para ser induzido a parar de fumar ou a
emagrecer e, também pode usar a hipnose para convencer seu lado não
consciente dos benefícios que essas mudanças em seu comportamento lhe
trarão.
Tenho conseguido resultados excepcionais no uso de hipnose para parar
de fumar, com uma técnica muito simples; substituir o prazer de fumar pelo
prazer de fazer uma inspiração profunda.
Parece pueril não é?
Mas a pessoa que fuma, o faz, principalmente pelo prazer que atribui ao
ato de fumar, o que faço é bem simples, substituo um prazer por outro e tem
funcionado bem.
Algumas vezes necessito de um aprofundamento hipnótico em que vou
buscar as causas que levam a pessoa a resistir a uma mudança que lhe trará tantas vantagens.
Mesmo que você tenha tentado a acupuntura, os adesivos de nicotina ou
até mesmo a hipnose; um outro hipnoterapeuta, diferente daquele que você
usou da primeira vez poderá conduzí-lo aos resultados procurados.
Existem muitas variáveis envolvidas: ausência de parentesco entre o
paciente e o hipnoterapeuta; empatia; conhecimento de técnicas hipnóticas
mais sofisticadas; cultura geral; etc...
Na questão do emagrecimento, por exemplo, tenho tido pacientes que
não ficaram satisfeitas com resultados obtidos através do uso de shakes
dietéticos ou medicação hormonal e recorreram aos meus préstimos com
resultados excelentes.
Mesmo pessoas que não conseguiram resultados ideais através dos
Vigilantes do Peso ou da Meta Real, que são recursos de apoio terapêutico
excelentes para muitas pessoas, ficaram plenamente satisfeitas com os
resultados que obtiveram através da hipnose.
Todas as pessoas podem ser hipnotizadas?
Teoricamente sim, visto que entramos em hipnose quando dirigimos,
assistimos um filme ou lemos um bom livro, mas, na prática, apenas as
pessoas mais inteligentes são hipnotizáveis.
Há vários fatores envolvidos aqui.
Se você procura um hipnoterapeuta para resolver um problema, isso
significa, em última análise, que você não o conseguiu resolver com os
recursos que você mesmo dispõe – se tivesse essa capacidade, para que
recorrer a auxílios externos?
Ora, já que você necessita dos recursos da hipnose, a abordagem
inteligente é cumprir fielmente as instruções e sugestões que receba do
hipnoterapeuta, para seu próprio benefício.
Mas as pessoas menos inteligentes, têm dificuldade em conseguir isso;
em parte porque não conseguem seguir fielmente as sugestões que recebem
(talvez por não compreendê-las, talvez por não conseguirem visualizarem-se
realizando as sugestões propostas) e, em parte por resistirem a essas
sugestões.
Ora, por que resistir às sugestões se elas estão sendo feitas para resolver
um problema do próprio paciente?
A resposta a essa pergunta é muito complexa e pode requerer algum
tipo de análise ou recurso terapêutico para que seja possível encontrar a
resposta dentro do próprio paciente.
Mas, em geral, as pessoas inteligentes são hipnotizáveis e as únicas
restrições da maior parte dos autores são as pessoas possuidoras de uma
debilidade ou moléstia mental graves, os psicóticos e esquizofrênicos (nem
todos, há diferentes níveis de resistência), os idosos senis e as crianças com
menos de cinco anos (há casos de hipnose e até de regressão em crianças com
idade até menor que essa, mas são exceções e não a regra).
A Hipnoterapia possui muitas aplicações, tais como:
Existem situações em que a hipnose não pode ser aplicada. É possível diferenciar entre contra-indicações absolutas e contra-indicações relativas.
Contra-indicações absolutas
Nestas situações, não é possível utilizar a hipnoterapia : a esquizofrenia, a epilepsia, as psicoses endógenas, a senilidade.
Contra-indicações relativas.
Nestas situações, a hipnose não é aconselhável : a hipotonia, as objeções religiosas, a falta de receptividade, uma tendência pronunciada para resistir, uma inteligência defeituosa a um nível muito elevado.
A hipnose não tem nenhum compromisso com a cura do paciente ou
com quaisquer tipo de ações que tenham a ver com um processo terapêutico.
A hipnoterapia é um recurso terapêutico que utiliza a hipnose como
instrumento técnico para sua aplicação.
Em outras palavras: toda hipnoterapia usa hipnose, mas usar hipnose
não implica em estar atuando terapeuticamente.
Mesmo que você seja um excelente hipnotizador, você não é
necessariamente um hipnoterapeuta.
Para que um hipnotizador possa ser um hipnoterapeuta, faz-se
necessário que ele esteja familiarizado com o processo terapêutico – daí os
hipnoterapeutas serem, quase sempre, psicoterapeutas, psicólogos, médicos ou
dentistas.
De que forma a hipnoterapia é superior aos métodos terapêuticos
tradicionais?
Eu não diria que a hipnoterapia é superior, prefiro dizer que é diferente.
Como a técnica hipnótica permite relaxar profundamente a mente
consciente, o hipnoterapeuta tem condições de induzir modificações palpáveis
dentro da parte não consciente da mente do paciente, o que acelera o processo
de cura, permitindo que etapas sejam vencidas de forma muito mais rápida.
Outra característica que torna a hipnoterapia um recurso soft é que, as
técnicas hipnoterapeuticas não inferem ou rotulam o quadro clínico do
paciente.
Por exemplo, um terapeuta em início de carreira, ainda poluído do
“psicologismo” característico dos bancos acadêmicos, pode a partir de certos
fatos narrados pelo paciente, inferir que ele sofra, por exemplo, de um
complexo de Édipo.
Na hipnoterapia, as inferências e as rotulagens estão fora do contexto;
um hipnoterapeuta não se preocupa em inferir ou rotular, ela adota
procedimentos hipnoterápicos em que, após proceder à hipnose, pedirá à
mente não consciente do paciente que procure as causas e a partir das
informações que aflorarem, executará os procedimentos terapêuticos cabíveis
ou fará as sugestões que forem adequadas ao caso.
A auto-hipnose pode ser usada para se conseguir praticamente qualquer
coisa que dependa de sua mente não consciente.
Sua mente não consciente é aquela parte de sua mente que embora não
esteja a nível consciente, dirige inúmeras de suas funções fisiológicas e mentais,sendo a responsável (direta ou indireta) por muitos de seus comportamentos,mormente aqueles que se originam em suas emoções.
Não minimize as possibilidades e as conseqüências de sua mente não
consciente; ela é capaz de coisas surpreendentes e, quando harmonizada e
administrada com os recursos da auto-hipnose pode transformar totalmente sua vida.
Você já parou para pensar, por exemplo, que um suicida não liquida a
própria vida através de elocubrações racionais?
Não se conhece caso algum de suicida que tenha criado duas colunas
numa folha de papel e listado racionalmente fatores prós e contras a respeito de sua existência, tomando uma decisão lógica a respeito do destino de sua vida.
Os suicidas se movem pelo conteúdo emocional de suas mentes e não
pelas possibilidades que se apresentam após uma avaliação racional (em que
pese o fato da racionalidade patológica ser uma possível causa de distúrbios
emocionais que, ao fim e ao cabo podem conduzir ao suicídio).
Ora, se a emoção é a responsável pelo maior desvario da mente humana,
que é o suicídio e; em escala menor, por todas as outras nuances de
comportamento que tornam a vida das pessoas neuróticas num inferno, e se, a mente não consciente é a parte de nossa mente responsável por esse estado de coisas, cumpre considerá-la com respeito e aprender a administrá-la satisfatoriamente.
O Método Coué e a Auto-Sugestão Consciente.
Nascido em Troyes, em 1857, de velha família da aristocracia bretã
arruinada pela revolução de 1830 e fixada na capital da Champagne, Coué,
farmacêutico estabelecido era sua cidade natal, era um homem simples e
bom, sensível e desinteressado, animado pelo desejo profundamente
sincero de ajudar e consolar o próximo. O exercício da profissão de
farmacêutico logo o convenceu da imensa importância da sugestão no
domínio da terapia. Como escreveu R. L. Charpentier1,' "não lhe escapava
a importância do moral sobre a eficácia do remédio para aqueles que o
procuravam, ansiosos ou cheios de esperança quanto à receita prescrita. Ele
via o papel que desempenha o temor ou a confiança, a força da palavra que
encoraja, o valor do conselho dado como boa vontade".
Coué verificou que a eficácia de um medicamento é ligada muito menos à
sua ação intrínseca do que à confiança que o doente lhe dedica. Um dia,
Coué deu um frasco de água destilada a um cliente, fazendo-o crer que se
tratava de medicamento de infalíveis resultados curativos. Alguns dias
depois, o paciente volta para agradecer a Coué, declarando-se curado. Cura
devida à imaginação e ligada ao "efeito placebo". Um medicamento
prescrito pelo médico, sem nenhuma explicação, quase não dá resultados; o
mesmo medicamento "cura" o paciente se o médico que o receita tem o
cuidado de assegurar-lhe que a poção, as gotas ou as injeções prescritas
vão regularizar seu fígado, drenar sua vesícula, diminuir sua tensão, etc. O
medicamento simplesmente terá servido de suporte à sugestão médica.
Convencido do papel primordial da imaginação e do extraordinário poder
da sugestão, Coué se apaixona pelos primeiros escritos da escola de Nancy.
Em 1885-1886, vai para a capital da Lorena seguir os ensinamentos de
Bernheim e Liébeault, observando a prática que faziam da sugestão. Nos
anos seguintes, continuando a exercer sua profissão, Coué tomou
conhecimento de obras americanas de inspiração mais ou menos religiosa e
dedicadas ao pensamento positivo e à cura sugestiva. Foram leituras
decisivas que, depois da eliminação daquilo que Coué chamava de
"contexto místico", levaram-no à convicção de que o elemento essencial de
toda sugestão está, em definitivo, em sua aceitação por aquele que dela é
objeto. Em outras palavras, a auto-sugestão, uma lei que Coué assim
formularia: "A sugestão só age com a condição de ter sido transformada
em auto-sugestão, isto é, de ser aceita".
Coué, como muitos outros, ficou chocado, estarrecido, com o estilo
autoritário da sugestão da maneira praticada por Bernheim. Evidentemente, menos do que na hipnose, a dependência em relação ao sugestionador, criada por essa prática, levou Coué a ver na auto-sugestão consciente a solução para o problema da liberdade do paciente, cuja importância decisiva ele pressentiu. Não é necessário outra pessoa, cada um pode se transformar em seu próprio sugestionador, pensa Coué. Assim, tanto evitase o surgimento de uma situação de dependência como fica assegurada a ação durável da sugestão, pois depende de cada um renová-la verbalmente dia a dia.
E assim, ainda segundo Coué, é atingido o domínio de si mesmo
pela auto-sugestão consciente. Se Coué, na verdade, ligou seu nome
principalmente à cura das doenças pela auto-sugestão, também não deixou
de afirmar o valor do seu método nos domínios do ensino, da educação e
da formação moral. "A sugestão — escreveu Coué — é uma espécie de
alimento moral, tão necessário, senão mais, do que o alimento físico".
Em 1902, com 45 anos, Coué decide ir para Nancy, cidade natal de sua
mulher, e aí dedicar-se inteiramente, e de forma beneficente, à iniciação
dos seus contemporâneos nos benefícios da auto-sugestão. Coué tinha alma
de apóstolo. Até 1926, data de sua morte, desenvolveria prodigiosa
atividade. Na França, em vários países da Europa e até nos Estados
Unidos, quando se apresentou a ocasião, multiplicaria reuniões,
conferências, consultas particulares e sessões públicas a respeito da autosugestão, sem jamais aceitar pessoalmente um só centavo de ninguém.
Durante estes vinte e quatro anos, centenas de milhares de ouvintes
participaram de forma ativa das muitas assembléias "auto--sugestivas"
organizadas por Coué. Mais de 150.000 pessoas reconheceram-se
devedoras a Coué, ao seu método ou por uma cura completa ou pela
melhora acentuada da saúde (97% de êxito, segundo Coué). Criado em
1923, o Instituto Coué daria continuidade, em Paris, por mais de meio
século, ao ensino e à difusão do célebre método.
Em que consiste o método Coué? É muito simples e se acha exposto em
cada um dos únicos três livrinhos (traduzidos em vinte línguas) escritos por
aquele que, não obstante o título que lhe atribuíram, de chefe da nova
escola de Nancy, permaneceu sempre um prático, um empírico e um
filantropo despojado de qualquer ambição pessoal.
A primeira faculdade do homem não é a vontade e sim a imaginação,
proclamava Coué, que acrescenta: imaginação e inconsciente são uma e
mesma coisa. É a imaginação, o inconsciente que nos faz agir, que nos
conduz, e não o ser consciente e voluntário que conhecemos e acreditamos
ser. Quando vontade e imaginação entram em conflito, afirma Coué, é
sempre a imaginação que vence. Não somente não fazemos aquilo que
queremos fazer mas, em muitos casos, fazemos exatamente o contrário. E
as coisas ruins que nos acontecem são, com muita freqüência, aquelas que
temíamos que fossem acontecer. Nossa imaginação, consciente ou
inconsciente, termina por engendrar o que mais tememos. "Na realidade, escreve Coué, somos apenas pobres fantoches da nossa
imaginação, que tem os fios de tudo. Só deixaremos de ser esses fantoches
quando tivermos aprendido a conduzi-la".
Como conseguir domar e dirigir nossa imaginação? É muito simples,
responde Coué: pela auto-sugesíão, que ele definia como sendo "a
implantação de uma idéia em si mesmo, por si mesmo".
"Enquanto, habitualmente, nós nos auto-sugerimos inconscientemente,
basta passarmos a fazê-lo conscientemente, prossegue Coué. O processo
consiste no seguinte: primeiro pensar bem, com a razão, as coisas que
devem ser objeto da auto-sugestão e, conforme ela responda sim ou não,
repetir muitas vezes e sem pensar em outra coisa: "isto vem" ou "isto
passa", "isto vai ser assim" ou "isto não vai ser assim", etc. E se o
inconsciente aceitar esta sugestão, se ele se auto-sugerir, ver-se-ão as
coisas se realizar ponto por ponto", em virtude da lei já enunciada por
Bernheim e reafirmada com convicção por Coué segundo a qual toda idéia
que ocupa o nosso espírito com exclusividade tende a se transformar em
ato. Com a condição, bem entendido, de que pertença ao domínio das
possibilidades: a auto-sugestão jamais faria crescer de novo uma perna
amputada. No domínio do possível, entretanto, tudo é fácil, enuncia Coué.
Todos nós ignoramos o quanto somos pessimistas. E Coué se propôs a
despertar ou redespertar o otimismo em cada um de nós.
Outra fórmula de auto-sugestão preconizada por Coué, particularmente
para a cura de doenças físicas ou psíquicas, é a célebre: "Todos os dias, sob
todos os pontos de vista, vou de bem a melhor", para ser repetida todas as
manhãs ao despertar, a meia voz, na cama, assim como todas as noites, de
olhos fechados, umas vinte vezes, sem que absolutamente seja necessário,
acrescenta Coué, saber nem apontar que órgão esteja doente para curá-lo. É
inútil fazer auto-sugestões particulares; a fórmula é geral. Vale para tudo.
Para que a auto-sugestão consciente, assim praticada, produza os efeitos
que dela se esperam, é preciso, esclarece Coué, que se reúnam muitas
condições: a vontade não deve intervir em nada, tudo deve se passar
simplesmente, naturalmente, sem o menor esforço e sem se procurar fixar a
atenção sobre o que se diz. A pessoa deve ficar em posição favorável à
distensão muscular, ou na cama ou numa poltrona confortável. A fórmula
auto-sugestiva deve ser repetida maquinalmente, "no tom empregado para
rezar as ladainhas".
O que pensar de tudo isso?
Um primeiro fato parece incontestável: isso funciona. São muito
numerosos, para que se possa duvidar, os testemunhos do êxito do "método
Coué", passados e presentes, particularmente em matéria de cura. Mas um
segundo fato também parece incontestável: isso não funciona sempre, nem
em todos os domínios, nem com todo mundo. Cada um pode se convencer
disso facilmente: basta que o êxito da auto-sugestão não seja tão evidente nem tão fácil como afirma Coué. Por que isso? Por que os sucessos, os
meio sucessos, os fracassos? Coué, antes de tudo prático e empírico,
realmente não se ocupou em tirar isso a limpo.
Observemos, para começar, que a' auto-sugestão preconizada por Coué
começa sempre por uma sugestão exercida por outra pessoa, no caso a que
a propôs. E parece que o êxito ou o insucesso das auto-sugestões
posteriores depende essencialmente do êxito ou do insucesso da sugestão
iniciai. Quanto aos elementos que asseguram o êxito dessa primeira
sugestão, basta ouvir o próprio Coué: "Os conselhos a seguir, para que
sejam obtidas boas auto-sugestões dos doentes, são curtos mas suficientes
quando bem observados: ser seguro de si, demonstrando isso pelo tom de
voz; ser simples nas maneiras e no modo de exprimir-se; ser, porém, muito
afirmativo e parecer comandar o doente", em tom "seco e imperativo", diz
ainda Coué, que esclarece: "um tom de comando que não sofra
desobediência". E mais além: "Faça com que suas palavras estimulem no
doente um sentimento de relacionamento amigável e de inteira confiança e
ele lhe dará toda a atenção de que você precisar. Depois que você fizer
nascer nele uma condição mental tal que ele se sinta satisfeito e com boas
disposições, e que lhe tiver demonstrado que você é seu amigo, você
facilmente terá êxito". "Falar com a voz baixa de quem está acostumado a
ser obedecido... Nossa voz é o que fizermos dela; é suscetível de ser
cultivada e devemos cultivá-la".
Os depoimentos dos doentes enfatizam o clima muito particular de
confiança, de fervor e de entusiasmo coletivos durante as sessões públicas
de sugestão e de iniciação à auto-sugestão organizadas por Coué. Tais
depoimentos também insistem na benevolência de Coué, no "conforto" que
ele sabia proporcionar a todos, na "bonomia sorridente e forte cujo segredo
possuía", no seu devotamento, modéstia e desinteresse e, acima de tudo, no
sincero e profundo amor ao próximo que animava o humilde farmacêutico
da Champagne. O sucesso do método Coué, em grande parte, era o próprio
Coué.
Se o método Coué obtém êxitos incontestáveis no domínio da sugestão
terapêutica com a cura ou melhora de numerosas doenças orgânicas, em
compensação, geralmente, os resultados são menos concludentes no campo
mais complexo das afecções puramente psicológicas. E os resultados são
menos convincentes ainda quando está em causa o equilíbrio profundo e
durável da personalidade. Isto não tira nada do valor e do grande interesse
do método Coué, mas assinala claramente os limites e o domínio
privilegiado: o da sugestão terapêutica no estrito sentido da palavra,
Que o método Couê chega a uma leve hipnose, o próprio Coué o assinala
muito claramente quando escreve: "Todas estas sugestões (ele se refere às
sugestões que precedem as auto-sugestões e preparam os ouvintes
de Coué) devem ser feitas em tom monótono e embalador (acentuando, porém, as palavras essenciais) que convide o paciente, se não a dormir,
pelo menos a ficar entorpecido, a não pensar em mais nada . E mais
adiante: "Minha sugestão geral (trata-se da sugestão que prepara as autosugestões), feita em voz monótona, provoca entre os doentes uma ligeira
sonolência que permite às minhas palavras penetrarem melhor em seu
inconsciente".
Que vem a ser essa ligeira sonolência se não uma leve hipnose? E que
procuram provocar essas "ladainhas", preconizadas por Coué na autosugestão, se não uma auto-hipnose, também ela leve? Embora Coué
afirmasse ter renunciado à hipnose, a gravação da sua voz não deixa
nenhuma dúvida a esse respeito: o tom incisivo, imperativo de suas
sugestões que são verdadeiras injunções, as ordens, assim como o timbre
monocórdico e eminentemente hipnógeno que adota e preconiza na autosugestão, fazem pensar que, em última análise, o método Coué talvez
esteja menos distante do que pensava o seu autor da sugestão autoritária
praticada por Bernheim, e menos distante ainda da sugestão sob leve
hipnose de que se utilizava Liébeault. Em relação à "primeira" escola de
Nancy, a grande inovação de Coué foi certamente a auto-sugestão, nascida
da preocupação de libertar o paciente da dependência era relação ao
sugestionador. Mas, como acabamos de ver, esta libertação é menos
decisiva do que pensava Coué, justamente em razão do que subsiste de
sugestão, e de sugestão passavelmente autoritária, nessa auto-sugestão que,
em resumo, repousa na indução de um estado hipnótico e em sugestões
prévias que, a partir daí, ao menos em determinados casos, assumem o
caráter de sugestões pós-hipnóticas cujo objetivo é exatamente o de
assegurar o êxito das auto-sugestões posteriores.
Observemos igualmente a preocupação de Coué no sentido de evitar toda
auto-sugestão particular e seu recurso à fórmula "sob todos os pontos de
vista" na célebre injunção auto-sugestiva "todos os dias vou de bem a
melhor". Coué insistiu muito, e com razão, na importância desta fórmula
de auto-sugestão geral: "sob todos os pontos de "vista", a ser pronunciada
lentamente, destacando as palavras "religiosamente", segundo ele dizia.
Infelizmente, porém, Coué não explicou, ao menos que seja do nosso
conhecimento, as razões que o faziam conferir tanta importância a essa
fórmula. Parece que foi só a experiência dos anos que o convenceu a
utilizá-la. Nós vemos nela, apesar da sua prática repetitiva, uma certa
intuição, toda empírica em Coué, da não especificidade da sugestão quando
se quer que ela seja positiva e benéfica. Trata-se de um aspecto importante
do fenômeno sugestivo ao qual teremos ocasião de voltar.
De maneira geral, falta à auto-sugestão de Coué certa dimensão da
profundidade, tanto da emoção quanto do sentimento. Auto--sugestão
segundo o método Coué? Consciente, muito consciente ainda... E também
muito racional, muito seca para nutrir verdadeiramente a imaginação e a sensibilidade. E, ainda, muito voluntarista porque, apesar de tudo,
reduzida a esforçar-se para não se esforçar.
O inconsciente é um domínio muito mais complexo do que pensava Coué.
Assimilar o inconsciente apenas à imaginação é muito sumário. Coué
parece ter ignorado o aspecto patológico de que se reveste tão facilmente a
imaginação quando exaltada de forma neurótica. Acreditar que se pode
dominá-la conscientemente pela simples afirmação de que "tudo vai de
bem a melhor", infelizmente, em muitos casos, dá a idéia de um
ilusionismo enganador. Os seres não são tão simples. E a sugestibilidade
de cada um, além disso, é extremamente desigual. Varia segundo o caráter
de cada pessoa, segundo suas tendências profundas, os desequilíbrios
íntimos, os hábitos, a fisiologia, o nível de consciência, a instrução e a
cultura, segundo os momentos da existência, o meio, as circunstâncias. A
sugestibilidade de cada um varia também de acordo com o sugestionador
— ou o que dá início à auto-sugestão —, conforme a personalidade deste,
conforme a própria qualidade de suas sugestões, conforme a confiança ou a
fé que desperta entre os que o escutam, conforme a relação criada entre
estes e ele. E como sustentar, como o fazia Coué, que a sugestão e a auto - sugestão repousam sempre na aceitação do paciente, quando se pensa nas
sugestões e auto-sugestões inconscientes, subliminares, cujo impacto, em
muitos casos, parece irresistível?
De maneira geral, é evidente que Coué exagerou muito o poder do
"pensamento positivo", e assim ofereceu o flanco, em particular, aos
críticos de inspiração psicanalítica que o censuraram, não sem razão, por
ter atribuído ao pensamento um poder quase mágico, poder desmentido de
forma bastante evidente pelos fatos.
Entretanto, o método Coué assinala, apesar das suas deficiências, um
momento importante na história da moderna tomada de consciência da
sugestão. O imenso mérito de Coué terá sido o de acentuar a importância
capital da auto-sugestão imaginativa na psicologia humana e a absoluta
necessidade de exercer ou tentar exercer o controle e a ação sobre um
fenômeno de conseqüências tão determinantes sobre a saúde, o equilíbrio e
a felicidade do ser humano. Mais ou menos por essa época a psicanálise
descobriu p inconsciente, procurando explorá-lo e revelar seus mecanismos
escondidos. Inspirando-se numa psicologia mais sumária, mas também
mais dinâmica, Coué o empírico, Coué o pragmático, não se propôs a
conhecer o inconsciente. Com ou sem razão, isso pouco lhe importava. A
empresa lhe parecia vã. O mecanismo inconsciente, pensava Coué, nos
escapa, em sua infinita complexidade. O que queria Coué, o que esperava,
era simplesmente, depois de ele próprio ter aprendido, ensinar aos outros a
se servirem desse mecanismo, controlar-lhe o uso, utilizar consciente e
pragmaticamente o inconsciente, para maior bem do ser humano.
A Hora mais Indicada para Aprender e Exercitar a Auto – Hipnose.
Quando você começa a ficar com sono – aquele período crepuscular entre estar totalmente acordado e totalmente dormindo, suas ondas cerebrais mudam, para ficar na faixa de 4 a 7 ciclos por segundo, ou seja, nível teta. Antes, entretanto, de você atingir este estado, sua mente opera no nível alfa (baixo) por alguns minutos, e que segundo o Dr.Terry Wyler Webb, é a faixa apropriada para que sejam atingidos os níveis mais profundos da mente, ou seja, a mente subconsciente. É nos estados alfa e teta que as grandes proezas da supermemória – juntamente com os poderes de concentração e criatividade – são atingidos.
As fórmulas, ou ordens ao subconsciente, devem ser sempre: curtas, sonoras, positivas, rítmicas e fáceis de se decorar. Vejam algumas destas ordens, comprovadamente eficazes:
- Alguém que se irrita muito no seu ambiente de trabalho, deve sugestionar-se assim: “No trabalho, muita calma e paz!”
- Alguém que se enrubesce por qualquer coisa: “Se eu enrubescer, o sangue vai para as pernas e não para a cabeça!”
- Alguém que em contato com clientes começa a suar nas mãos: “Na presença de alguém, mãos sempre calmas, secas e firmes!!!”
- Alguém que se enrubesce por qualquer coisa: “Se eu enrubescer, o sangue vai para as pernas e não para a cabeça!”
- Alguém que em contato com clientes começa a suar nas mãos: “Na presença de alguém, mãos sempre calmas, secas e firmes!!!”
Entende-se por ordem pós-hipnótica uma sugestão (racional e executável) que VAI ser cumprida naturalmente pela pessoa nas situações previamente definidas por ela. Por exemplo: “fico sempre calmo e tranqüilo nos dias de prova”, ou, “sou muito atencioso e prudente quando dirijo”.
Estas “sugestões”, quando incutidas no subconsciente da pessoa, vão “realizar-se” naturalmente sempre que ela fizer uma prova ou sempre que estiver dirigindo. Da mesma forma como o motorista “reage”, parando o carro quando o sinal está vermelho (já que isto está incutido na sua memória), também poderá ser induzido a “reagir” com prudência e atenção; não há diferença entre estas duas “aprendizagens”.
O fundamental é a “formação da intenção”. Desde que você realmente queira aprender alguma coisa, queira modificar algum hábito, queira curar-se de algum mal, e dê esta “ordem” ao subconsciente, obterá tal resultado. Não há nada de sobrenatural nisto.
Nossa mente e nosso corpo reagem exatamente como aprendemos a reagir. Se temos “medo de barata” vamos reagir negativamente só em pensar numa barata, não é mesmo? Se “acreditamos” que somos inteligentes, então somos inteligentes. Se acreditarmos que é fácil, será fácil; se pensarmos que é difícil, será difícil. Tudo muito óbvio. Nós é que, infelizmente, não percebemos este efeito tão simples dos nossos pensamentos.
A pessoa que rói unhas, por exemplo, apenas reproduz uma “aprendizagem” negativa; ela “aprendeu” que em certas situações deve pôr a mão na boca e roer as unhas. Se ela “aprender” que naquelas mesmas situações “a mão deve mudar de direção” (não ir à boca), ela deixará de roer as unhas.
A ação da sugestão no subconsciente, contudo, não se limita aos exemplos aqui citados. Você pode fazer QUALQUER SUGESTÃO desde que RACIONAL E REALIZÁVEL. Basta que você pergunte a si mesmo se a sugestão que vai fazer é possível de ser realizada.
Supere-se com a Auto-sugestão.
A auto-sugestão é um poderoso método de mudanças. A história está repleta de casos de curas através da auto-sugestão. Em muitas cirurgias, o paciente praticou a auto-sugestão como sua única anestesia. Desde cirurgias pequenas até intervenções cirúrgicas complicadas.
O propósito deste artigo não é fazer com que você se torne tão hábil para poder anestesiar parte do seu corpo para uma cirurgia. Sem dúvida esta habilidade está ao alcance de todos os que têm aprendido e praticado a arte da auto-sugestão. Meu objetivo é entregar o conhecimento e as ferramentas básicas, para experimentar e praticar a auto-sugestão na sua vida diária.
Vantagens.
A auto-hipnose tem várias vantagens. É uma ferramenta barata. Não custa nada. Somente precisa investir alguns minutos de seu tempo em sua saúde e bem-estar.
A maioria das pessoas usa analgésicos para aliviar a dor. A auto-sugestão não tem efeitos colaterais. As pílulas sim. A auto-sugestão está ao alcance de todos. Basta apreender algumas técnicas simples e praticar para aprender como utilizar esta ferramenta tão poderosa.
O processo da auto-hipnose é simples e prático. As aplicações da auto-hipnose são numerosas. Com prática e conhecimento, você pode desfrutar dos estados mais profundos e espetaculares de seu subconsciente.
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