sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Naquele ano...



Um conto sobre as facetas do divórcio e o medo de enfrentar - se...

Naquela manhã eu acordei casada e no final do dia estava passando por uma separação... Quinze dias depois eu assinava um papel que levava embora tudo que eu acreditava, tudo pelo qual passara para manter aquele relacionamento, eu estava divorciada...
Confesso que a primeira coisa que eu pensei, no meu egoísmo, foi, quem vai esquentar meus pés quando o inverno chegar? Sim, pois meu querido companheiro estava indo embora...
Em segundo lugar pensei: O que os outros vão pensar? Eu, que sempre fora  a certinha, a esforçada, a briguenta para que tudo fosse da forma correta?
Oito anos antes deste divórcio, eu passava pela minha primeira separação, era uma mãe adolescente que havia ficado sete anos com o pai do meu filho. Minha primeira paixão, meu primeiro namorado, o pai do meu filho... Eu saía de um relacionamento bombástico para entrar em um relacionamento de autoconhecimento.
Naquele ano eu chorei tudo que tinha pra chorar, na verdade chorei por coisas que eu nem entendia, mas que feriam minha alma. Dei mais três anos da minha vida quando descobri que o pai do meu filho era um dependente químico e lutei, confesso que usei meu poder de persuasão, para que ele aceitasse tratamento em uma fazenda terapêutica. Enquanto ele ficava lá, aqui fora eu cuidava de duas crianças, eu e meu filho e ainda trabalhava em dois empregos para manter – me e ao filho que eu fizera. Deixei os estudos e foquei na criação do meu filho... Quando percebi que aquele relacionamento imaturo com o pai do meu filho estava levando meu filho para um abismo eu decidi mudar, mesmo desejando estar com aquela pessoa.
Entrei em crise e virei uma psicótica... Andava por dentro de casa ouvindo vozes e tentando o suicídio... Enquanto meu filho pedia atenção em um cômodo da casa eu me arrastava para não deixar que ele percebesse minha doença... A qual nem mesmo eu entendia...
Naquele ano eu senti o peso da raiva que havia dentro de mim, da minha frustração e da minha imaturidade em lidar com tudo aquilo de forma mais tranqüila...
Naquele ano eu chamei meu melhor amigo e lancei a oferta: Vamos embora?
Fui embora de casa com R$35,00 no bolso e uma carona do amigo que eu nem imaginava que se tornaria meu futuro marido.
Cheguei na Serra Gaúcha sem experiência de nada, sem ter terminado de estudar e sem nunca ter enfrentado mais do que a rua da minha casa, onde vivi toda minha infância, adolescência e parte da vida adulta. Eu simplesmente não sabia olhar nos olhos das pessoas e me posicionar... Trinta dias depois eu tinha um emprego, uma casa, dois amigos maravilhosos que dividiam a vida comigo e que me apoiavam nos momentos de saudades de casa, do meu filho e de minha mãe.
Lembro que naquele ano, para poder manter as despesas e buscar meu filho, que ficara sob os cuidados de minha mãe, eu trabalhei de sol a sol, eu fiz trabalhos braçais que eram para os homens da empresa e virava 22h trabalhando, sem dormir, sem intervalo, em um mundo frenético de turistas arrogantes e sem noção.
Meu foco era meu filho e uma nova vida, nada mais de dependente químico chegando em casa de madrugada, nada mais de traições, nada mais de humilhações, chantagens e momentos de desespero com uma criança nos braços.
Lembro que naquele ano minha mãe teve de vender quase tudo que havia dentro da minha casa da infância, meu refúgio sagrado, e colocar a casa a venda para pagar dívidas... Eu não tinha pra onde voltar, eu não tinha ninguém pra me bancar... E eu também não tinha ninguém pra fazer as coisas por mim...
Os trabalhos que atraí foram tão pesados e desgastantes que me tornei alguém doente, negativo e que reclamava de tudo... Eu só sabia que eu precisava me manter para não ficar na rua...
Três meses depois eu busquei meu filho e o acomodei comigo na nova cidade, na nova casa e na nossa nova vida...
Naquele ano meus olhos viram mais do que um amigo ao meu lado e acabei casando, com tudo que eu sempre quisera...
E com este casamento vieram as responsabilidades e o aprendizado, foram oito anos de parceria, companheirismo, amizade, fidelidade, delicadeza, proteção e amor. Meu filho teve alguém pra chamar de pai e isto aqueceu meu coração cansado de vagar dando com a cabeça nos muros que estavam por tudo...
Naqueles anos de casamento eu cresci, cresci de uma forma que jamais poderia supor que fosse capaz, e estudei, e me formei no que eu amo e criei meu filho dentro do que eu acreditava que queria pra mim, quando eu fui a filha. Vivi para minha casa, meu filho e um marido que era um amigo de alma...
Naquele ano eu conheci o que era autoconhecimento, espiritualidade e mediunidade equilibrada, naquele ano eu ergui os pilares que haviam faltado na minha criação.
E o inferno astral começou, descobri em mim e no marido atual faces que não nos pertenciam, mas que ativavam toda uma ira desequilibrada que precisava ser sanada.
Naquele ano eu iniciei minha formação em psicoterapia e fui a paciente, a cobaia, até que aqueles horrores que habitavam meu inconsciente viessem a tona para serem controlados.
Passei por mais de 300 regressões até entender que eu não amava este homem, que eu o perseguia e que deturpara todos os meus contratos sagrados de felicidade, prosperidade e reencontro com o ser que realmente estava destinado pra minha vida.
Por mais que tudo houvesse virado um caos emocional dentro de mim e que ao olhar pra ele soasse o alarme do inimigo, eu continuei sozinha, buscando respostas e cura... Procurando cada vez mais ser melhor para aquelas pessoas que estavam sob o mesmo teto que eu e que despertavam  em minha alma toda a mágoa do mundo, todas as raivas e desejos de vingança... De certa forma eu precisava, e me forçava, a entender, que aquelas lembranças eram passado e que eu precisava respeita – los...
Ao chegar em casa depois de um casamento, eu abria automaticamente meu inconsciente para perceber que eu casara e fora mãe de dois seres que eu não sabia dar amor e que não os aceitava, olhando agora, vejo que a chave para abrir esta porta foi o casamento, e que só a dedicação a este casamento me ensinaria a amar estes dois seres...
Oito anos depois... eu amanheci casada... e no fim do dia... separada, definitivamente...
Naquele mesmo mês de divórcio eu perdi minha vó a única amiga que eu tive na solidão da minha infância, a mulher que me deu amor, que teve paciência e que me tratou como filha querida de seu coração... naquele mês eu tive de deixar partir a pessoa mais adorada ao meu coração, a cúmplice das minhas aventuras e da minha adolescência... E o marido que tinha se tornado um amigo e companheiro fiel...
Confesso que naquele mês eu chorei tudo que tinha pra chorar, literalmente “me peguei” e me coloquei dentro de um consultório psicoterápico, como a paciente que eu era naquele momento, lá eu me permiti, durante um mês, chorar desesperada, espernear, brigar com o aconselhamento da terapeuta, soluçar e me sentir a vítima!! E comprei uma bolsa de água quente para meus pés, que me acompanha até hoje...
Naquele mês eu decidi olhar para a Paula e fazer as perguntas certas, não mais por que eu estava passando por tanta dor e medo, mas por que eu precisava sentir dor e medo?
Naquele mês eu me permiti ligar de madrugada para a terapeuta e chorar e falar da minha revolta por algo tão “perfeito” como meu casamento não ter dado certo. Me permiti sentir raiva, mágoa, intolerância e querer que o mundo se explodisse!!
Eu, Paula havia me dado um prazo de 30 dias pra chorar tudo, até mesmo as falhas das vidas passadas com este ex marido e depois... Seguir em frente.
Até então eu havia vivido sob as asas do meu medo, do meu pânico de pessoas, da minha baixíssima auto – estima e do inconformismo por ser eu e ter o corpo que eu tinha... Chorei a separação e aproveitei pra chorar o estigma de ter nascido com o corpo da Paula, o rosto feio da Paula, o cabelo da Paula, tudo que era da Paula.
Naquele mês eu chorei toda minha infância triste, minha adolescência desvairada e sem orientação de adultos e o medo de estar novamente sozinha com uma criança...
Quando fechou um mês de sofrimento, de ficar jogada no sofá, no escuro, sem comer, com náuseas,  chorando os planejamentos futuros que não deram certo, atendendo no consultório com cara de diva e destruída por dentro, enfurnada dentro de casa com medo das perguntas na rua e dos conhecidos: Cadê o fulano... Não acredito, um casal perfeito, sempre juntos, lindos... Sim, nós passamos oito anos grudados um no outro em eterno sentir – se bem na presença do outro e as pessoas, as duas cidades em que morávamos nos conheciam por esta união... Eu sacudi a poeira e me permiti me conhecer, não mais o meu poder de seguir em frente, pois este já era conhecido desde a primeira separação, mas meu potencial de saber para que eu tinha renascido e por que eu precisava encontrar o homem que sempre tinha pedido aos céus e não ter conseguido amá – lo. Eu queria saber o que eu estava fazendo ali, inserida naquele segundo divórcio, naquela cidade, com aqueles vizinhos, com aquele corpo físico que eu detestava, com todas as responsabilidades que um divórcio iria me trazer...
Naquele ano, foi o ano que mais trabalhei na minha vida e no qual mais ganhei dinheiro, mostrando pra eu mesma que o ciclo de não prosperidade havia acabado... Naquele ano, mesmo ganhando tanto dinheiro, eu entendi que não precisava mais comprar e comprar e comprar para abafar algo... Este algo já havia vindo a tona e eu precisava enfrentar; o medo da solidão e a baixa auto – estima.
Naquele ano eu viajei ministrando cursos para estranhos e nunca falei tão bem como naqueles dias, como se algo além de minhas impossibilidades com a multidão me dissesse que era preciso apenas encarar e o resto era por conta do universo...
Naquele ano conheci mais gente do que quando fiquei oito anos casada, parecendo um bichinho da goiaba, tímida, introspectiva, careta e ortodoxa.
Naquele ano de divórcio eu encarei o que os outros iam dizer e foquei na minha liberdade, no meu aprendizado e nos meus sonhos, algo que aquelas pessoas que julgavam pelas costas não haviam feito ainda, voar e ser feliz por dentro... Resolvi enfrentar a grande máscara que a maioria usa, morrer dentro de um relacionamento e viver de aparências... Eu não conseguia viver assim...
Naquele ano eu alarguei o sorriso e comecei a sorrir abertamente e encarei o processo de aceitar meu corpo, meu rosto e tudo que havia em mim... Comecei a ver uma nova pessoa e uma mulher que até então eu não conhecia, mas que muitos elogios tentavam me mostrar... Eu precisava me ver...
Naquele ano eu e meu filho nos aproximamos mais do que nunca e nos tornamos amigos, não só mãe e filho naquele eterno medo de que ele não fosse bem criado e que tivesse limites... Naquele ano eu me permiti largar tudo que eu fazia e prestar atenção no que meu filho me dizia e no desenho do seu rosto... Naquele ano eu permiti que meu filho me corrigisse quando eu me excedia achando ser a mãe dona da verdade e ele me mostrou o quanto é bom ser reeducada pelo amor de um filho amoroso...
Naquele ano eu descobri que daria a vida por ele, sem medo, sem pensar duas vezes, sem clichês baratos e chorei emocionada, pois havíamos resgatado as inimizades que tanto nos afastaram em outras vidas...
Naquele ano eu enfrentei minha mãe e tudo que eu engolira por toda uma vida... Naquele ano eu falei tudo que pensava, gritei, chorei, me acalmei, voltei lá e sentada em um sofá, em uma manhã, eu disse a ela que não mais permitia que me julgasse, que me criticasse e fizesse eu me sentir um monstro por tentar ser quem eu precisava ser... Naquela manhã eu decidi que eu não precisava da aprovação dela ou de qualquer outra pessoa para ser feliz e próspera em todos os sentidos...
Naquele ano eu sai e comprei vestidos justos, curtos e que realçavam meu corpo e saí toda estranha, mas saí... E o resultado foi maravilhoso!!
Naquele ano resgatei amizades saudosas e que eu deixara partir por comodismo...
Naquele ano abandonei a carne de qualquer tipo e iniciei uma desintoxicação alimentar que faria toda a diferença na minha vida...
Naquele ano eu me permiti gastar dinheiro com a Paula e não com coisas supérfluas e fui viajar, fui ficar fora de casa e conhecer pessoas e lugares, fui fazer seminários de autoconhecimento, bati asas e aceitei convites... Naquele ano eu entendi que estava presa a um relacionamento que possuía a perfeição do encontro de almas amigas, mas que não se amavam como homem e mulher...
Naquele ano eu dancei sozinha e ergui o volume do som, fechei os olhos e dancei pra mim, observando cada parte do meu corpo que se recusava a ser livre e decidi continuar melhorando... Naquele ano eu emagreci, mudei o cabelo, mudei a musculatura do meu corpo e coloquei regras para os exercícios e a academia...
Naquele ano eu deixei partir tudo que me aprisionava e nunca busquei tanto entender o que eu sentia e não o que os outros me faziam sentir... Coloquei a cara na rua e recebi elogios ao invés de perguntas sobre o divórcio...
Naquele ano meu consultório encheu de pessoas com a mesma jornada e que sentiam o que eu sentia e que estavam mais desequilibradas do que eu , quando me separei  pela primeira vez, sem noção de ser quem eu era...
Naquele ano eu comecei a sustentar olhares e dominei o medo do sexo oposto e suas abordagens, decidi que não seria grosseira, mas que saberia me posicionar...
Naquele ano eu me senti mais leve, em paz e saí com meus cachorros para correr e chorei, por que eles me amavam e me lambiam quando hora ou outra eu ainda precisava chorar para acalmar meus medos... Naquele ano eu coloquei regras e não abri espaço e nos papéis do divórcio, o Baby, meu filho amado e peludo ficava comigo, mesmo eu não tendo certeza de como seria uma vida sem alguém dali pra frente, sem apoio financeiro...
Naquele ano eu fiquei com os três cachorros e as quatro gatas e ganhei tanto dinheiro usando o Reiki para comprar comida pra eles que eles ainda tem uma vida muito boa!! Melhor do que antes...
Naquele ano resolvi olhar as fotos antigas e não chorar ou evitar e sorrir de saudades dele e do que foi pra mim e por mim... Eu começava a entender que o amava como um amigo muito querido e que precisava deixar ele viver como eu estava vivendo e então decidi que era melhor cada um voar para longe do outro, até que nada mais nos impossibilitasse de enviar luz ao invés de mágoa...
Naquele ano fiz muitos amigos e cada um deles eu sei que é especial...
Naquele ano eu decidi tomar uma dose de tequila com limão e sal para matar minha curiosidade e descobri que além de cara, a danada ainda era ruim pra caramba... E descobri que não preciso beber pra sorrir e me soltar... Eu já estou livre de mim mesma...
Naquele ano recusei convites masculinos e soube me posicionar sem me sentir culpada, decidindo que seria na hora certa e quando eu achasse que valeria a pena...
Naquele ano eu fiquei sozinha durante um ano e descobri que amava minha companhia, sem lamúrias e reclamações ou ironias, descobri que eu estava bem e aberta para me relacionar outra vez, mas desta vez consciente do que eu queria, para onde ir e com quem, e o principal, eu sabia quem eu era e até onde eu poderia ceder em função de outra pessoa...
Nunca, em apenas um ano eu vivi tão intensamente e de forma a não atacar ninguém, meu propósito era e é me conhecer e me permitir, desde que eu mesma não ultrapasse meus limites sagrados...
Naquele ano cozinhei pra mim e bebi suco de uva enquanto escolhia um filme, sentei no meu sofá e relembrei o passado sem dor, sem desequilíbrios e pude elogiar mentalmente esta pessoa que esteve oito anos comigo... Naquele ano perdoei definitivamente o que o primeiro namorado e pai do meu filho havia feito e as escolhas que havia seguido...
Naquele ano me arrumei e me assumi, saí na noite e dancei pra mim, me vesti pra mim e não deixei de aceitar olhares de admiração de homens e mulheres... Naquele ano eu comecei entender o que realmente era ser feliz e como manter este estado o maior tempo possível...
Abandonei o arquétipo da prostituta que havia em mim e que havia se desviado do caminho por recompensas de afeto, companhia, carinho, segurança e encarei a arte de não ter de quem depender financeiramente e cobri todas minhas despesas e meus medos financeiros...
Naquele ano eu decidi que não ia mais me desviar e todos os dias eu peço que eu continue no caminho e que tenha humildade para voltar a ele se me desviar... E aceitei que preciso ficar sozinha... Pois encontrei uma parceira, amiga, conselheira, companheira fiel como nunca encontrei, em mim mesma, entendendo que não posso buscar isto nos outros, mas em mim mesma...
Naquele ano eu decidi que viver é maravilhoso e que as fases ruins duram o tempo que permitimos... e que eu sou a mais fiel amiga nas fases ruins, sem ter a necessidade de buscar alguém para me suprir... Naquele ano eu desfiz tantos contratos sagrados distorcidos com o plano espiritual inferior que cheguei a ficar cansada e surpresa por ter me abandonado por tanto tempo às mãos de outras criaturas... Naquele ano me esforcei tanto, baixei tanto a minha crista que até os companheiros inferiores dos quais revoguei o poder de me controlar, viraram meus amigos e choramos esta conquista...
Naquele ano eu conversei com meu Mentor Espiritual como nunca e aceitei que a rebeldia não me levaria a lugar nenhum e que os tempos ruins precisavam ser libertados para que as coisas boas chegassem... Naquele ano ministrei mais cursos do que em toda minha carreira como ministrante... Naquele ano escrevi meu primeiro livro, meu sonho desde criança...
Naquele ano eu consertei o chuveiro, o encanamento da pia da cozinha, paguei as contas sozinha, negociei em lojas de materiais de construção, fui às compras da casa sozinha e ainda fiquei no verde... O que eu nunca fizera sozinha desde então...  Tomei todas as decisões, expliquei para um pré - adolescente sobre divórcio e comprei tapetes novos...
Naquele ano dormi todas as noites sozinha e não fiz questão de cultuar saudades, pois elas não existiam e eu tinha plena consciência que se começasse a entrar no papel de mártir ou vítima, eu acabaria colocando todo meu processo a perder...
Naquele ano nunca me permiti acessar páginas que fossem dele ou sua vida particular, pois eu entendia que EU precisava de espaço e precisava fazer isto pela privacidade sagrada desta pessoa...  Naquele ano decidi guardar com carinho as fotos que haviam ficado comigo e aceitar que o ciclo havia terminado...
Naquele ano assumi completamente minha profissão e dela tirei todas as vantagens positivas que me oferecia e disto contratei um contrato sagrado para não me desviar dela, jamais... E os convites de outras cidades para trabalhar e ministrar começaram a chegar sem que eu fizesse esforços ansiosos para tê – los, não, eu simplesmente decidi nunca mais me vender por medo ou pressa ou carência...
Naquele ano libertei meu pai e entendi que eu queria que ele fosse como eu achava que devia e entendi que ele era assim e que isto não era para me machucar...
Naquele ano eu entendi e vivenciei o que significava gratidão, entendi o que eu merecia e não me permitia e parei de colocar a culpa nos outros ou nas situações e assumi meu comportamento desequilibrado, me auto – corrigindo tanto, que muitas vezes me senti cansada de ficar me vigiando... Naquele ano eu entendi que, ou eu me corrigia e parava de sofrer por eu mesma e me reconstruía ou meus 30 anos seriam perdidos e eu me transformaria no meu maior medo, ser uma mulher frustrada, mau amada, sem profissão, com um rótulo de divorciada e com um menino para criar de qualquer jeito!
Eu tinha medo, mas precisava seguir em frente, eu tinha dúvidas, mas precisava me forçar a caminhar, eu não sabia o caminho, mas precisava escolher um...
Naquele ano eu tomei coragem para enfrentar meus fantasmas e desliguei o abajur e dormi profundamente no escuro... Ele não me assustava mais, pois eu havia acendido a lâmpada da minha alma, a luz da minha consciência e nada mais poderia roubar meu sono...
E aqui estou... Com muito a resolver ainda, ainda detentora da personalidade congênita da rebeldia, mas com uma vontade enorme de ser livre de mim mesma e de minhas limitações, para que nenhum relacionamento, situação ou pessoa ganhe o direito de me privar de ser quem eu sou... Neste ano usei toda minha rebeldia, e a transformei em garra para me manter sóbria e confiante e como diz meu amado amigo e Mentor Espiritual: Rebeldia bem direcionada, abre portas... E eu comecei a fechar as portas que não podem mais ficar abertas e iniciei o processo de abrir outras...
E de tudo daquele ano o que eu mais gostei foi aceitar quem eu sou e que não sou alguém que gosta de curtir a fase infinita da lamentação, da vitimização e até mesmo do suicídio, que um dia pairou em meu caminho... Eu sou alguém que quer mudar e que quer ajudar aos outros a mudarem a visão de seus momentos difíceis...
Eu nasci para me proporcionar isto e não abro mão por nada deste mundo...  Eu havia nascido para aprender a encerrar ciclos sem surtar e fazer as escolhas de forma mais rápidas, saindo do papel de vítima assim que o identificasse...
 Naquele ano decidi parar de focar as tristezas, o que foi meu e foi embora, parei de reclamar e falar mal de tudo... Naquele ano fugi de pessoas que tinham a mesma experiência e que viviam cultuando o que haviam passado de ruim e foquei somente no que  eu queria e em quem eu queria... Foquei tão arduamente que automaticamente, hoje, me corrijo quando começo a pensar ou sentir diferente do que é positivo... Foquei em criar e não mais cultuar seja lá o que fosse da vida antiga...
Naquele ano eu decidi não focar no todo coletivo que acreditava que viera sofrer, resgatar e dar tudo errado... Decidi aprender que depois de me curar, eu estaria pronta para começar tudo de novo, com outra pessoa e que ela seria tudo que ele havia sido e muito mais e que desta vez eu o amaria, pois aprendera a me amar...
Eu havia nascido para resgatar esta amizade com aquele que um dia usou o rótulo de marido da Paula e no caminho eu fui mãe de um ser que eu precisava colocar em primeiro lugar sempre, meu filho amado...
Eu, você, nós, nascemos para aprender a não alimentar a vitimização. Então em qualquer fase faça as perguntas certas e obterá as respostas que irão te libertar. Se você ainda não consegue fazer isto sozinho, busque alguém que poderá te ajudar...
E aprenda que separações, divórcios, mortes, brigas, nada mais são do que ciclos que precisam ser fechados e somente você pode decidir como vai querer sair destes términos de ciclos...
Eu já decidi como quero e quanto tempo vou permanecer dentro deles... Siga o fluxo, sua alma sempre vai gritar quando não estiver no rumo... Ouça... Não perca tempo alimentando sua vítima, sua raiva, sua mágoa, seu medo... Faça as perguntas certas, entenda e coloque em prática!!
Vá ser feliz de verdade, pois a felicidade é ao longo de todo o caminho e não um ponto perdido no fim da estrada...

Paula Aguerre.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Os Bebês Astrais.



Há muitos anos percebi que atraio para o consultório pacientes que de certa forma, estão vivendo as mesmas experiências que vivi ou ainda vivo.
Muitas mulheres tem chegado ao consultório com algo que é difícil faze – las entender em primeiro momento e no curto espaço de uma consulta: elas portam em seu campo astral, em seus corpos energéticos, bebês astrais, ou seja, espíritos acoplados a sua psique e energia e que precisam ser removidos pelo bem de ambos.
Mas como isto acontece? É o primeiro questionamento que fazem. Porque estão ali?
Estes espíritos ainda em formato infantil, formato de fetos ou ovóides (espíritos já sem forma humana), estão no campo energético da mulher, (já os encontrei em homens também), pelo fato dos resgates, dos abortos de outras vidas, ou da vida atual, por não aceitarem partir e liberar a mãe para que esta viva de forma saudável.
Confesso que a remoção pode ser feita quando há merecimento da parte de ambos, ou de um dos envolvidos na simbiose, pois precisam, ao longo de sua jornada, começar a vibrar em uma freqüência que lhes permita serem libertados.
Na maior parte dos casos, este acoplamento não é saudável, pois o bebê acoplado suga as energias da mulher, auxilia na patologia da região feminina em que encontra – se acomodado e dificulta, na maior parte dos casos, que a mulher engravide ou tenha uma saúde equilibrada. Além desta peculiaridade, ainda há o fato de que são mentes acopladas, onde abertamente ocorre a troca de agressões mentais, energéticas, físicas e um interminável jogo de acusações pelo fato de não aceitarem ser “hospedeiro e hóspede inoportuno.” Sim, a mulher se tornou um hospedeiro e seu comportamento, a raiva que pode nutrir por este ser, a mágoa ou a repugnância, diga – se de passagem, pode ser recíproco do feto, acabando por gerar uma verdadeira guerra de egos e acusações antigas, encravadas na alma dos seres que ali estão.
Quando estes bebês podem comunicar – se, a primeira coisa que reclamam é: - Ela não me aceitou como filho, destruiu minha oportunidade de voltar a terra e eu a odeio. “Resumindo: Vingança”. Olho por olho, dente por dente.
Quando a mulher aceita o auxilio e a maioria chega desejando a maternidade que não vem, estes espíritos acoplados ao campo materno, são preparados para que as liberem, para que as absolvam e lhes permitam tentar mais uma vez a maternidade, desta vez equilibrada. Ao longo do processo de tentativa de remoção, muitas coisas vão acontecendo, a saúde melhora, os sintomas escasseiam e a desejada maternidade se torna algo mais calmo... A mulher inicia um processo de cura pelo amor, aceitando este ser como filho.
Centenas de vezes peguei – me explicando entre lágrimas a estes irmãozinhos que esta mulher que desejam destruir, por que um dia os destruiu, mudou, não é mais a mesma... Peço para que deixem um pouco a mágoa e a raiva de lado e olhem para elas de forma a não culpar ou julgar e que presenciem o milagre da maternidade que está pronta para lhes ser oferecida. Centenas de vezes a mágoa é tanta, que é preciso fazer com que estes pequeninos voltem no tempo e também revivam o mal que fizeram a estas mulheres e o motivo pelo qual um dia foram ignorados no ventre... Então tudo volta ao seu giro natural e o amor de ambas as partes começa a florir...
Muitas destas mulheres possuem estes fetos astrais em seu campo energético porque não os liberam, não aceitam sua perda em outros momentos e ajudam a alimentar o desequilíbrio e a simbiose doentia. Então, um processo de libertação é oferecido, as ferramentas chegam a estas mentes cansadas e a oportunidade de fazer diferente se mostra cheia de perspectivas lindas.
Costumo chamar carinhosamente estes bebês, de BEBÊS DE CONSULTÓRIO, pois ao longo do processo não há como não se apaixonar por eles. Chegam doentes, magoados, com acessos de fúria e saem amparados nos braços de mentores iluminados, prontos para serem preparados para renascer nos braços desta mãe, a qual buscou auxílio para te – los outra vez em seu ventre e em sua vida, através do amor...
Muitos deles chegam desacoplados do campo energético da futura mãe, já possuem tamanho adulto e só precisam que elas sejam acalmadas para que a fecundação e o momento certo se apresentem. Lembro de uma moça jovem que chegou ao consultório em desespero, pois não engravidava e acreditava que talvez não ocorresse... O rapaz, futuro filho entrou com ela, um adorável rapaz, muito calmo e amigável.
- Diga a ela que só preciso de um tempo para aceitar a idéia de deixar onde estou, diga que logo estarei em seus braços e que me de muitos livros, pois eu os amo...
Ele sempre entrava no consultório carregando um livro...
Quando esta mãe se acalmou e entendeu que era preciso um tempo para que os engenheiros astrais desenhassem e preparassem o corpo do futuro filho... Ele voltou aos seus braços terrenos, cheio de amor para lhe dar, mas não sem antes me lembrar que ele precisava de livros quando já estivesse aqui na terra... Momentos que eu jamais esquecerei...
Lembro que muitos destes fetos chegam sem forma definida, a muito acoplados em sofrimento e que de forma alguma  aceitam esta mãe e ela também não o aceita... Quando podem ser removidos, são enrolados em mantilhas limpinhas e quentinhas e são levados pelos mentores espirituais para as colônias hospitais para serem cuidados e curados, para que um dia, possam, equilibrados, voltar a tentar renascer neste lar, naqueles braços...
Quando comecei a presenciar este trabalho, lembro que o primeiro feto com o qual tive contato, foi em meu campo energético. Ele possuía tanta mágoa em relação a mim que ao longo de sua estadia em meu campo, ele corroia – me, instigando minha culpa, de algo que eu fizera com ele. Meu corpo vivia doente, meu útero, ovários, viviam em caos eterno desde minha infância e eu sentia dor... Quando ele foi removido, sem forma, escuro, doente, uma massa espessa, eu chorei em agradecimento por me deixarem ver o merecimento que tínhamos por não mais viver aquela união simbiótica patológica. O mentor ia se retirando com ele enroladinho em uma coberta e pedi que voltasse, me entregasse o bebê disforme... O segurei, o beijei e chorei, pois naquele momento eu me perdoava e já havia sofrido demais, eu queria todo o bem àquele ser indefeso... Ele foi levado e sei que hoje ele está bem melhor.
Quando falo abertamente sobre estes fetos e bebês astrais não é para causar espanto, mas para dizer de uma coisa natural, pois muitas vezes eu preciso orientar conscientemente a mulher para que ela colabore no processo de libertação e remoção. Eu não posso fazer nada, nem os mentores, se ambos os pacientes não colaborarem. Acredito que esta informação chega somente para quem está pronto e vai valorizar a oportunidade de reconstrução pelo amor, aqueles que não estão prontos, nem verão este depoimento... Até que o momento oportuno chegue...
Há mulheres que possuem seu campo energético, seus corpos astrais impregnados de fetos, ovóides... É uma longa caminhada, mas a remoção de um deles já é meio caminho percorrido a caminho da cura e do perdão libertador...
Muitos bebês astrais que chegam ao consultório estão acoplados ao campo energético da mãe devido ao fato de sua reencarnação se encontrar próxima, mas tudo vai depender dos acordos entre ambas as partes e do quanto desejam este reencontro.
Há muitos casos de mães, e bebês astrais também, recusarem a maternidade e o reencarne a meio caminho andado, ou seja, quando a concepção física já ocorreu, o que muitas vezes se expressa em abortos premeditados por parte da mãe ou por parte do espírito do futuro filho. Isto acontece por muitos fatores, mas os principais são o medo que os aguarda e a intolerância entre as partes.
Há também os abortos espontâneos que nada tem a ver com intolerância, mas com a natureza espiritual do feto, que precisa usar muitos corpos físicos e perde – los antes do nascimento para que conquiste uma formação intra – uterina saudável para conseguir nascer.
Apesar de todas as informações que temos sobre tudo isto, há muito mais entre o mundo espiritual e o nosso e aqui é apenas um resumo de anos de trabalho com estes lindos bebês de consultório. Eu diria que aqui é uma incubadora espiritual, onde eles preparam – se, orientam os futuros pais, contam de suas dificuldades e pedem ajuda para que estes mesmos pais os guiem de forma adequada.
Não há como ter pressa, estes bebês como todos os outros que não se apresentam em consultório possuem uma programação, os engenheiros responsáveis pelo desenho de seus corpos físicos, órgãos, defeitos físicos, perfeição, precisam de tempo, precisam que você esteja sintonizado com a vontade de ser mãe, de ser pai e que aguarde o momento sem ansiedade prejudicial a você e ao futuro filho... Nada é como ordenamos, mas tudo está perfeitamente sincronizado e programado... Espere e terá a confirmação.
Muitas vezes é preciso convencer você e o bebê a soltarem – se energeticamente para que possam ser reequilibrados e amparados... Para que a concepção ocorra...
Quando meu filho foi concebido, sem programação consciente de minha parte, lembro que fui levada em espírito ao plano astral e lá, em uma reunião, me entregaram um monte de mantilhas enroladas... Quando olhei para dentro delas, lá estava o Kevynn, com a mesma carinha de quando o recebi nos braços no hospital terreno em que ele nasceu... Eu fui avisada e você, se tiver paciência, também será... Por que você merece...
As remoções necessitam cicatrização, florais, Reiki, pensamentos modificados... Siga as orientações e você estará amparado. Cirurgias espirituais precisam do mesmo respeito e cuidados que as cirurgias terrenas...
Abrace sua cura, procure alguém que você confie e aguarde... Muitas vezes estes bebês não virão pela forma tradicional, mas com certeza o universo os colocará em seus braços, em sua vida, basta você estar aberto para aceitar e valorizar esta nova oportunidade de redenção...

Paula Aguerre
Psicoterapeuta/ Habilitação para Regressão