quinta-feira, 4 de abril de 2013

Liberte – se dos Rótulos...




Algum dia, alguém questionou – me sobre eu viver escondida, corpo fechado, rosto sério, se eu tinha problemas com o toque alheio...
Saí da presença daquela pessoa e fui para casa pensar, remexer aquele material, e questionar, onde minha mente estava que eu não quisera mexer naquele assunto até aquele dia...
Você algum dia já parou para se perguntar, e ouvir realmente as respostas, do por quê você está em um corpo masculino?
Por quê você é mulher?
Por quê você é negro, loiro?
Por quê você é magro ou obeso?
Por quê você é filho deste pai ou desta mãe?
Por que você atraiu este tipo de pessoa para sua vida, seja ele um marido, uma esposa, um irmão, um amigo?
Por quê você trabalha neste emprego?
Por quê você mora nesta cidade, e talvez não queira morar nela?
Por quê você tem todos estes defeitos, dificuldades, anseios, tristezas, mágoas, rebeldias,  sente – se sem rumo, sem chão, rotula - se e aceita ser rotulado?
Você já parou para se perguntar sobre a maior dificuldade que você tem e se deu a liberdade, e a coragem, de ouvir o que sua essência tem a dizer?
A minha maior dificuldade é estar inserida em um corpo de mulher e ser a portadora de toda esta energia feminina...
Então, aproveitando o questionamento externo que recebi, o usei para enfrentar esta grande dificuldade que carregava, sem entender, sem atinar, ou ter um rumo certo para seguir, para aprender a conviver com minha situação “mulher”.
Então eu sentei em silêncio, certa tristeza se mostrando em minha alma, fiz uma prece e convoquei todos os Mentores e Anjos que estão ao meu lado, auxiliando – me em minha evolução particular e resolvi enfrentar algo que a muito eu fugia, perguntar – me “cara a cara”:
Porquê estou em um corpo de mulher e por quê não consigo usar esta energia feminina, e tão poderosa, que muitos falam, mas poucas mulheres sabem usar?
Minha essência, a muito aprisionada, amordaçada, gritou liberta, quando eu me dei a liberdade de ouvir – me internamente...
Estar mulher...
Mexe com a baixa autoestima que meu espírito carrega a longas jornadas...
 Obriga - me a estar em contato com a delicadeza, a delicadeza de estar mulher...
Desperta a solidão que carrego em minha essência, de longas trajetórias em que me perdi de mim mesma...
É a única condição que consegue me fazer introspectiva e me “obrigar” a ficar comigo mesma e me dar “ouvidos”, sobre o que realmente preciso fazer...
Estar inserida na energia feminina me ajuda a pensar, procurar respostas e fazer as mudanças necessárias, das quais a muito venho fugindo por estar inserida na energia masculina e desequilibrada...
Estar mulher desperta a minha auto percepção sobre a falta de autoconfiança em meu próprio poder realizador...
Estar mulher me estimula a buscar meu lugar e reconhecer que existe um grande poder de realização dentro de minha alma...
Estar mulher é um incentivo para que eu sinta na pele o que é ser dócil, receptiva, mais humilde no papel feminino...
Estar na energia delicada e desarmada da feminilidade desperta meus desequilíbrios graves e esta energia feminina, auxilia – me a aceita – los e procurar entende – los  com carga menor de agressividade e arrogância...
Estar mulher auxilia – me a fazer as conexões necessárias para cada vez menos minha essência fazer parte do Todo Coletivo Feminino Patológico e Limitador...
Estar mulher incentiva – me a buscar a entrega verdadeira, aquela que realmente vai acalentar minha jornada...
Estar mulher auxilia – me a aceitar, dentro de minha arrogância “energética”, a conviver, e conhecer, uma energia e um corpo mais delicado...
Estar mulher me ensina que mesmo em um corpo mais delicado e com emoções menos agressivas, ainda posso fazer uso de meu imenso poder autorealizador, só que desta vez de forma mais equilibrada e amorosa...
Estar mulher me ensina o poder e o respeito que esta condição feminina possui...
Estar mulher conscientemente mostra – me o fluxo para ser quem realmente sou, em qualquer ocasião...
Estar mulher conscientemente é o grande passo para a minha realização e a revogação de todos os acordos pré – estabelecidos e para o resgate do auto poder co – criador e libertador...
Estar mulher conscientemente é ter foco no Todo e conseguir agregar – me a todas as áreas com prazer, saúde e realização...
Estar mulher é aprender a escolher o que é melhor, livrando – me de pressões alheias...
Estar mulher é para que eu aprenda a tomar decisões através de meu Eu Superior e não mais pelos instintos impulsivos...
Estar mulher é para aprender acima de tudo, a auto valorizar – me e manter o auto – respeito em todas as minhas decisões e relacionamentos...
Estar mulher me ensina a respeitar o papel de mãe, filha, mulher, a fragilidade, a luta para auto firmar – se e a deixar de ser egoísta e sozinha...
Estar mulher desperta o anseio espiritual de viver sem ilusões e ser quem realmente sou...
Ser mulher conscientemente me acalma e me mostra para onde eu não desejo ir e com quem não desejo estar até o fim...
Renasci em um corpo feminino para aprender a lutar e parar de desistir e só alcancei este estado de consciência realizadora e auto – perceptiva quando aceitei  SER MULHER CONSCIENTE DE QUEM QUERO SER, PARA ONDE QUERO IR E O QUE DESEJO FAZER...
Estou mulher para aceitar que o melhor lugar é ao meu lado de forma consciente deste prazer, desta união de ideal espiritual...
Estou mulher porque somente nesta condição física e envolta por esta energia de feminilidade conseguirei parar de fugir e arrojar – me a despenhadeiros que dilaceravam minha evolução e meus propósitos...
Estar mulher é uma aliança espiritual, um pré – acordo comigo mesma, escrito e consagrado no livro da minha existência de que não quero mais fugir e perder tempo sagrado que devo devotar somente a minha alma...
Estar mulher lembra à minha rebeldia, de que escolhi este caminho e que somente ele vai levar – me onde preciso...
Estar mulher lembra – me de minha energia desequilibrada e máscula e prova – me que não haveria outra forma de reformar – me mais rapidamente e com maior sucesso do que auto corrigindo – me através desta energia que não deixa – me atirar – me a desatinos prejudiciais a minha evolução...
Estar mulher me corrige, conscientiza e conduz...
De tudo, estou exatamente onde devo estar e fazendo o que desci para fazer: Aprendendo pelo amor e não mais pela impulsividade da dor que a condição de estar homem ou em um corpo de mulher inconsciente me traziam...
Estar mulher me dá a certeza de que escolhi acertadamente quando planejei voltar...
E agora, aceitando – me como condição feminina consciente, vejo que estou a caminho da minha própria luz, reacendendo minha essência... Percebo que o que incomodava – me não era estar mulher, mas a escuridão em que esta condição estava...
E você, já se questionou por que está na sua condição e o que ela tem para lhe ensinar?

Paula Aguerre
Terapeuta Floral
Psicoterapeuta

Um comentário:

  1. Oi Paula!
    Muito lindo o texto! Parabéns!
    Conheces o termo cultura matrística defendido pelo biólogo cultural Humberto Maturana. Lendo teu texto lembrei dele.
    Se quiseres conhecer: http://escoladeredes.net/group/bibliotecahumbertomaturana/page/conversacoes-matristicas-e-patriarcais-apresentacao-e-introducao
    Beijos!
    Rica

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