Algum dia, alguém
questionou – me sobre eu viver escondida, corpo fechado, rosto sério, se eu
tinha problemas com o toque alheio...
Saí da presença
daquela pessoa e fui para casa pensar, remexer aquele material, e questionar,
onde minha mente estava que eu não quisera mexer naquele assunto até aquele
dia...
Você algum dia já
parou para se perguntar, e ouvir realmente as respostas, do por quê você está
em um corpo masculino?
Por quê você é
mulher?
Por quê você é negro,
loiro?
Por quê você é magro
ou obeso?
Por quê você é filho
deste pai ou desta mãe?
Por que você atraiu
este tipo de pessoa para sua vida, seja ele um marido, uma esposa, um irmão, um
amigo?
Por quê você trabalha
neste emprego?
Por quê você mora
nesta cidade, e talvez não queira morar nela?
Por quê você tem
todos estes defeitos, dificuldades, anseios, tristezas, mágoas, rebeldias, sente – se sem rumo, sem chão, rotula - se e aceita ser rotulado?
Você já parou para se
perguntar sobre a maior dificuldade que você tem e se deu a liberdade, e a
coragem, de ouvir o que sua essência tem a dizer?
A minha maior
dificuldade é estar inserida em um corpo de mulher e ser a portadora de toda
esta energia feminina...
Então, aproveitando o
questionamento externo que recebi, o usei para enfrentar esta grande
dificuldade que carregava, sem entender, sem atinar, ou ter um rumo certo para
seguir, para aprender a conviver com minha situação “mulher”.
Então eu sentei em
silêncio, certa tristeza se mostrando em minha alma, fiz uma prece e convoquei
todos os Mentores e Anjos que estão ao meu lado, auxiliando – me em minha
evolução particular e resolvi enfrentar algo que a muito eu fugia, perguntar –
me “cara a cara”:
Porquê estou em um
corpo de mulher e por quê não consigo usar esta energia feminina, e tão
poderosa, que muitos falam, mas poucas mulheres sabem usar?
Minha essência, a
muito aprisionada, amordaçada, gritou liberta, quando eu me dei a liberdade de
ouvir – me internamente...
Estar mulher...
Mexe com a baixa
autoestima que meu espírito carrega a longas jornadas...
Obriga - me a estar em contato com a
delicadeza, a delicadeza de estar mulher...
Desperta a solidão
que carrego em minha essência, de longas trajetórias em que me perdi de mim
mesma...
É a única condição
que consegue me fazer introspectiva e me “obrigar” a ficar comigo mesma e me
dar “ouvidos”, sobre o que realmente preciso fazer...
Estar inserida na
energia feminina me ajuda a pensar, procurar respostas e fazer as mudanças
necessárias, das quais a muito venho fugindo por estar inserida na energia
masculina e desequilibrada...
Estar mulher desperta
a minha auto percepção sobre a falta de autoconfiança em meu próprio poder
realizador...
Estar mulher me
estimula a buscar meu lugar e reconhecer que existe um grande poder de
realização dentro de minha alma...
Estar mulher é um
incentivo para que eu sinta na pele o que é ser dócil, receptiva, mais humilde
no papel feminino...
Estar na energia
delicada e desarmada da feminilidade desperta meus desequilíbrios graves e esta
energia feminina, auxilia – me a aceita – los e procurar entende – los com carga menor de agressividade e
arrogância...
Estar mulher auxilia
– me a fazer as conexões necessárias para cada vez menos minha essência fazer
parte do Todo Coletivo Feminino Patológico e Limitador...
Estar mulher
incentiva – me a buscar a entrega verdadeira, aquela que realmente vai
acalentar minha jornada...
Estar mulher auxilia
– me a aceitar, dentro de minha arrogância “energética”, a conviver, e
conhecer, uma energia e um corpo mais delicado...
Estar mulher me
ensina que mesmo em um corpo mais delicado e com emoções menos agressivas,
ainda posso fazer uso de meu imenso poder autorealizador, só que desta vez de
forma mais equilibrada e amorosa...
Estar mulher me
ensina o poder e o respeito que esta condição feminina possui...
Estar mulher
conscientemente mostra – me o fluxo para ser quem realmente sou, em qualquer
ocasião...
Estar mulher
conscientemente é o grande passo para a minha realização e a revogação de todos
os acordos pré – estabelecidos e para o resgate do auto poder co – criador e
libertador...
Estar mulher
conscientemente é ter foco no Todo e conseguir agregar – me a todas as áreas
com prazer, saúde e realização...
Estar mulher é
aprender a escolher o que é melhor, livrando – me de pressões alheias...
Estar mulher é para
que eu aprenda a tomar decisões através de meu Eu Superior e não mais pelos
instintos impulsivos...
Estar mulher é para
aprender acima de tudo, a auto valorizar – me e manter o auto – respeito em
todas as minhas decisões e relacionamentos...
Estar mulher me
ensina a respeitar o papel de mãe, filha, mulher, a fragilidade, a luta para
auto firmar – se e a deixar de ser egoísta e sozinha...
Estar mulher desperta
o anseio espiritual de viver sem ilusões e ser quem realmente sou...
Ser mulher
conscientemente me acalma e me mostra para onde eu não desejo ir e com quem não
desejo estar até o fim...
Renasci em um corpo
feminino para aprender a lutar e parar de desistir e só alcancei este estado de
consciência realizadora e auto – perceptiva quando aceitei SER MULHER CONSCIENTE DE QUEM QUERO SER, PARA
ONDE QUERO IR E O QUE DESEJO FAZER...
Estou mulher para
aceitar que o melhor lugar é ao meu lado de forma consciente deste prazer,
desta união de ideal espiritual...
Estou mulher porque
somente nesta condição física e envolta por esta energia de feminilidade
conseguirei parar de fugir e arrojar – me a despenhadeiros que dilaceravam
minha evolução e meus propósitos...
Estar mulher é uma
aliança espiritual, um pré – acordo comigo mesma, escrito e consagrado no livro
da minha existência de que não quero mais fugir e perder tempo sagrado que devo
devotar somente a minha alma...
Estar mulher lembra à
minha rebeldia, de que escolhi este caminho e que somente ele vai levar – me
onde preciso...
Estar mulher lembra –
me de minha energia desequilibrada e máscula e prova – me que não haveria outra
forma de reformar – me mais rapidamente e com maior sucesso do que auto
corrigindo – me através desta energia que não deixa – me atirar – me a
desatinos prejudiciais a minha evolução...
Estar mulher me
corrige, conscientiza e conduz...
De tudo, estou
exatamente onde devo estar e fazendo o que desci para fazer: Aprendendo pelo
amor e não mais pela impulsividade da dor que a condição de estar homem ou em
um corpo de mulher inconsciente me traziam...
Estar mulher me dá a
certeza de que escolhi acertadamente quando planejei voltar...
E agora, aceitando –
me como condição feminina consciente, vejo que estou a caminho da minha própria
luz, reacendendo minha essência... Percebo que o que incomodava – me não era
estar mulher, mas a escuridão em que esta condição estava...
E você, já se
questionou por que está na sua condição e o que ela tem para lhe ensinar?
Paula Aguerre
Terapeuta Floral
Psicoterapeuta
Oi Paula!
ResponderExcluirMuito lindo o texto! Parabéns!
Conheces o termo cultura matrística defendido pelo biólogo cultural Humberto Maturana. Lendo teu texto lembrei dele.
Se quiseres conhecer: http://escoladeredes.net/group/bibliotecahumbertomaturana/page/conversacoes-matristicas-e-patriarcais-apresentacao-e-introducao
Beijos!
Rica