Encerrando ciclos...

Encerrar ciclos com pessoas é assim... Ao mesmo tempo que alçamos voo de olhos apertados, sentindo o suave toque do reencontro, também descemos a locais que nos ferem e fazem com que nossos olhos se abram com certo receio... Como se o sonho não devesse acabar, por mais que tenhamos renascido para aprender a voar sozinhos...
Nascemos para aprender o valor de um reencontro... Nascemos para fechar osolhos e se entregar... E quando nos entregamos, fica este gosto de uma saudade que já sentimos antes... Em outras separações por este mundão a fora... As músicas ficam, os sonhos também, porque ninguém vive sem os sonhos... Os momentos permanecem guardados com o maior carinho e respeito... Na tela mental passa o filme de tudo que soprou aos nossos ouvidos cansados da espera... E quando elas partem, ou nós precisamos alçar voo, mais uma vez os olhos se fecham e a alma reza baixinho que as coisas sejam eternas quando alguém chegar em nossas vidas... E que seja eterno o sabor dos beijos, dos abraços, das palavras sussurradas, das risadas descontraídas, do corpo e do cheiro que marca como ferro em brasa... Que seja eterna a lembrança das conversas, dos desabafos, do choro, da entrega sem duvidar...
É isto que viemos aprender no deixar o outro partir... Aprender a confiar de coração, por mais que tenham que nos deixar e seguir outro rumo...
E se for para ser melhor, que aconteça mais uma vez, em outras vidas... E que os reencontros sejam regados com amor, com carinho, com afeto, com desejo, com calma na entrega e que cada segundo nos faça fechar os olhos e sonhar cada vez mais alto...
Que a entrega da alma e da confiança seja mais importante do que a entrega do corpo... Por que a alma registra eternamente e o corpo esquece...
Que a partida nos faça desejar olhar nos olhos, confiar nas palavras, aceitar o outro e deixar ele seguir, mesmo quando desejamos tocar e segurar... E que todo aquele que chegar, que seja para ficar e que quando partir, reforce nossa fé em nós mesmos e no que viemos fazer aqui...