sábado, 27 de junho de 2015
Nunca estive só, como acreditava...
Descer aos porões do subconsciente, nem sempre é algo fácil, mas as vezes é necessário. Minha paciente, este relato tem sua permissão, foi violentada por três indivíduos... Ao longo da vida questionou - se onde estava aquele Deus que todos acreditam e não se lembrava dele. Questionava o porque de passar por tal situação e onde estava a cavalaria de proteção, que a protegesse das dores e crueldades, quando tentou gritar e não havia ninguém para estender - lhe a mão amiga no momento de desespero.
Vagou longos anos tentando entender a solidão que sentiu quando aquele ato ocorreu e recusou entendimento sobre aquele poder superior que cuidava de todos e a tinha esquecido quando mais precisou.
Nos preparamos, e descemos o local mais doloroso, o momento que antecedeu a agressão sexual que ela sofreu. Ali onde estávamos, de fora da situação, ela olhava seu corpo adormecido na cama... Um homem coberto por luz aproximou - se e a removeu do corpo, a carregou nos braços para um jardim, sereno, seguro e ficou lhe fazendo carinho nos cabelos, enquanto sussurrava em seus fios que ela nunca estava só e que ele estaria com ela em todos os momentos de sua vida. De repente a alma dela foi arrastada dos braços dele e foi arremessada de volta ao corpo que repousava na cama... A cena da invasão a sua casa e ao seu corpo teve início e em um lampejo ela viu uma multidão de seres de luz rodearem a cama e tentar aplacar o que ocorria. O inconsciente dela havia registrado tudo, sem que seus olhos físicos vissem... O Anjo que a levara para o jardim adentrara o recinto no mesmo instante em que ela fora roubada de seus braços e sua luz a ajudava a manter - se forte... Todos se uniram para enviar a ela, a força necessária para suportar aquele resgate... Ela não estivera só, nunca... Quando tudo acabou e restou solidão, dor e lágrimas, quem sentou com ela no chão e lhe abraçou, foi o Anjo bom, mais uma vez ele beijou - lhe os cabelos e lhe disse que tudo iria ficar bem...
Ali, com aquela recordação de que estava resgatando algo grave que um dia fizera e que mesmo assim havia uma legião de luz amparando - a, ela conseguiu desarmar - se e chorar. Chorar a gratidão de não ter estado só e sim, nos braços do seu Anjo da Guarda.
Há acontecimentos que não podemos mudar, mas saber que existem braços que não nos abandonam... É a certeza de que existe um Ser Superior que nunca nos deixa a sós...
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